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Agricultura Biológica: as suas origens, o que é e quais os benefícios?



Quais as origens da agricultura biológica?


Podemos afirmar que as origens da agricultura biológica remontam às civilizações antigas, incluindo os gregos, os romanos e os chineses. Estas culturas utilizavam métodos naturais de cultivo, como a rotação de culturas, a compostagem e a consociação de culturas, reconhecendo a importância de manter a fertilidade do solo e de reduzir o impacto de pragas e doenças.


Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha deparou-se com uma grave crise agrícola, sendo que numerosos cientistas ficaram preocupados com os efeitos dos adubos químicos de síntese, na qualidade dos solos e dos alimentos. Surgiu uma abordagem mais biológica do solo, que defendia uma fertilização orgânica que nutrisse os organismos do solo.


No início do século XX, um dos primeiros defensores da agricultura biológica foi Sir Albert Howard, um cientista agrícola britânico que trabalhou na Índia e que observou que os agricultores indianos tradicionais utilizavam métodos naturais para manter a fertilidade do solo e produzir colheitas saudáveis. Começou a fazer experiências com compostagem e outras práticas de agricultura biológica, desenvolvendo o conceito da "lei do retorno", que afirma que a saúde do solo depende dos nutrientes que lhe são devolvidos.


Na década de 1920, o filósofo austríaco Rudolf Steiner introduziu o conceito de agricultura biodinâmica que enfatiza a interconexão de todos os seres vivos. Os agricultores biodinâmicos utilizam preparações naturais, como composto e chá de ervas, para promover a fertilidade do solo e saúde das plantas.


A partir de meados da década de 1960, os pesticidas tornaram-se uma preocupação ambiental proeminente e a agricultura biológica ganhou outro fulgor. A convergência entre as organizações ambientais e os sindicatos agrícolas nos anos 80 explica o crescimento deste tipo de agricultura em alguns países europeus como Espanha e Suécia, onde ocupa atualmente 20% da superfície agrícola. A unificação das normas de produção e a implementação de um processo de certificação, que conduziu ao regulamento de 1991 (Regulamento (CE) nº 2092/91) fez com que a agricultura biológica passasse de 0,1% de superfície agrícola em 1985, para quase 4% no início do século XXI.



Em que consiste a agricultura biológica?


A agricultura biológica é um sistema de produção agrícola, vegetal e animal, que procura a obtenção de alimentos de elevada qualidade recorrendo a técnicas que garantam a sua sustentabilidade, preservando o solo, o meio ambiente e a biodiversidade, evitando o recurso a produtos químicos de síntese, privilegiando a utilização dos recursos naturais.


Através do uso adequado de métodos preventivos e culturais, como rotação de culturas, os adubos verdes, a compostagem, as consociações e a instalação de sebes vivas, pretende-se fomentar a melhoria da fertilidade do solo e biodiversidade.


Em Agricultura Biológica não se recorre à aplicação de pesticidas ou adubos de síntese, nem ao uso de organismos geneticamente modificados.


Neste tipo de agricultura a proteção das plantas baseia-se na prevenção, procurando-se incrementar a limitação natural e recorrendo a diversas medidas culturais, tais como a utilização de variedades resistentes a pragas e/ou doenças.


Contudo, caso a combinação de métodos preventivos aplicados não se revele suficiente para evitar prejuízos significativos, tendo em conta a pressão da praga ou doença pode-se, como último recuso, aplicar produtos fitofarmacêuticos de origem mineral, vegetal, animal ou microbiana, em número reduzido e com um impacto ambiental, toxicológico e ecotoxicológico mínimo ou nulo. A lista de produtos permitidos pela legislação europeia é bastante restrita.



Como identificar um produto de agricultura biológica?


O Logótipo Biológico da União Europeia identifica os produtos biológicos produzidos na União Europeia. Este só pode ser utilizado em produtos que tenham sido certificados como biológicos por uma agência ou organismo de controlo autorizado, atestando o cumprimento de condições rigorosas no que se refere ao modo de produção, transformação, transporte e armazenamento.


A sua utilização é obrigatória em todos os alimentos da UE pré-embalados, produzidos e vendidos como biológicos na UE.





Quais os benefícios da agricultura biológica?


São diversos os benefícios da agricultura biológica entre eles:


- contribuir para uma alimentação mais nutritiva e saudável. Os estudos indicam que os alimentos provenientes de agricultura biológica possuem um teor mais elevado nutrientes e compostos com ação antioxidante, como é o caso dos compostos fenólicos (flavonóides). Os compostos fenólicos são muito importantes para a saúde humana pela sua potente atividade antioxidante e vasta gama de propriedades farmacológicas, incluindo atividade anticancerígena, antioxidante e de inibição da agregação plaquetária;


- reduzir a exposição a químicos como adubos e pesticidas, contribuindo para saúde das pessoas. A relação existente entre o uso de pesticidas químicos e certas patologias como cancros, alergias, asma, entre outras, já está mais que comprovada.


- contribuir para a conservação e melhoria da fertilidade dos solos, aumentando o seu teor em matéria orgânica;


- perpetuar a diversidade de sementes e das variedades locais com grande valor nutritivo e cultural, fomentando assim a biodiversidade global dos ecossistemas agrícolas;


- garantir a preservação da qualidade da água que bebemos, por utilização exclusiva de adubos naturais;


- reduzir a utilização de energias não renováveis, pela diminuição das necessidades de agroquímicos e mitigar o efeito de estufa e aquecimento global através da capacidade de sequestrar carbono no solo. Quanto mais carbono orgânico retido no solo, mais elevado o potencial de atenuação da agricultura contra as alterações climáticas.


Os alimentos produzidos em solos regenerados e fertilizados com matéria orgânica, desenvolvem o seu verdadeiro aroma, a sua verdadeira cor e o seu sabor autêntico. São plantas que crescem saudáveis e nutridas!



Na Simplu...


Por tudo que foi referido, um dos pilares de todos os produtos Simplu, desde o primeiro dia foi utilizar exclusivamente ingredientes com certificado biológico. Exigimos qualidade e para tal, preocupamo-nos, desde sempre, com a origem dos ingredientes dando preferência aos ingredientes simples, mais naturais e com práticas sustentáveis de produção.


Produzir alimentos com qualidade nutricional, saudáveis, aromáticos, únicos de sabor, que contribuam para a saúde de quem os consome, será sempre a nossa maior motivação!



Bibliografia:


  1. Chausali N, Saxena J, 2021. Chapter 15 - Conventional versus organic farming: Nutrient status. Advances in Organic Farming, 241 - 254.

  2. Brantsæter, A.L., Ydersbond, T.A., Hoppin, J.A., Haugen, M., Meltzer, H.M., 2017. Organic food in the diet: exposure and health implications. Annu. Rev. Public Health 38, 295–313.

  3. Dangour, A., Dodhia, S.K., Hayter, A., Allen, E., Lock, K., Uauy, R., 2009. Nutritional quality of organic foods: a systematic review. Am. J. Clin. Nutr. 90, 680–685.

  4. https://www.fao.org/organicag/oa-faq/oa-faq6/en/

  5. https://www.beyondpesticides.org/programs/organic-agriculture/why-organic/health-benefits

  6. https://agriculture.ec.europa.eu/farming/organic-farming/organic-logo_pt

  7. https://ehne.fr/en/encyclopedia/themes/ecology-and-environment-in-europe/health-and-environment/history-organic-farming-during-twentieth-century

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